Os bancos concederam 1.691 milhões de euros em crédito à habitação no mês de Março, uma subida de 33% em relação a Fevereiro e o valor mais elevado desde 2007, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.
Esta corrida ao financiamento para a compra de casa em Março poderá estar relacionada, em parte, com o antecipar das novas restrições que entraram em vigor a 1 de Abril, relativamente aos prazos máximos dos empréstimos. Quem tem entre 30 e 35 anos, o prazo máximo em que estará a pagar a casa passou dos 40 para os 37 anos e, quem tem mais de 35 anos, não poderá ter um prazo superior a 35 anos.
O crédito à habitação continua a aumentar, apesar dos avisos do Banco de Portugal, dos economistas e dos números que vão sendo conhecidos diariamente. Já se sabe há algum tempo que o Banco Central Europeu estava a preparar o aumento dos juros, a que se soma a subida da inflação devido à pandemia e agravada pela guerra na Ucrânia. Factores que estão a ser deixados de lado pelos bancos na hora de aprovar os créditos e por alguns consumidores que ignoram as notícias e os alertas, até chegar o dia em que os rendimentos não chegam para pagar as mensalidades. Exemplo disso, é a realidade de que a DECO vem dando conta através dos pedidos de ajuda que recebe.
Ao todo, no mês de Março, os bancos concederam 2.451 milhões de euros a particulares, 1.691 milhões dos quais em crédito à habitação, 501 milhões de euros para consumo e 259 milhões de euros para outros fins.