A crise pandémica continua a ter impacto no mercado de trabalho, em especial nas faixas etárias mais jovens. As oportunidades de trabalho que surgiram no ano passado foram mais direccionadas para profissionais acima dos 44 anos, tendo o emprego acima desta idade registado um crescimento de 6,5% face a 2020.
Para as gerações mais jovens, o emprego registou uma queda de 0,8%, enquanto os números do desemprego mantiveram uma subida em 2021, com a taxa de desemprego jovem, de pessoas entre os 16 e os 24 anos, a atingir os 23,4% e a representar já 3,5 vezes a taxa de desemprego da população total.
Se a comparação foi feita com 2014, o ano que marcou o início da recuperação de emprego após a crise financeira, percebe-se que este indicador é hoje pior do que no final da crise que levou à intervenção da troika em Portugal, uma vez que nesse período a taxa de desemprego jovem representava 2,5 vezes a da população total. O desemprego jovem estava a cair há oito anos e agora a tendência é a inversa.
Para o Observatório do Emprego Jovem, esta é uma realidade muito preocupante. Ter jovens há mais de um ano sem trabalhar, pode levar a que essas pessoas acabem por desistir e começam a estar excluídas.