As famílias mais pobres são as mais penalizadas pela inflação, uma vez que gastam uma fatia maior do orçamento em bens que não podem ser alvo de corte ou substituição e nos quais é sentida com mais incidência a subida dos preços, desde logo na alimentação, na energia e a partir de agora na prestação da casa.
De um modo geral, as famílias com maiores rendimentos gastam uma menor proporção do seu orçamento em bens essenciais e mais em transportes, restauração, hotelaria, lazer, e cultura, sendo mais fácil fazer cortes e outros ajustes no perfil de consumo.
Além disso, as famílias mais ricas poupam mais, pelo que também podem escolher reduzir a poupança para manterem os níveis de consumo, uma margem de manobra que não é alcançável pelos consumidores com menos recursos.
No entanto, há famílias com menores rendimentos que, perante a inflação, não prescindem de manter o mesmo nível de consumo e para isso recorrem ao crédito, colocando a sua situação financeira em risco.