A Cushman & Wakefield apresentou esta terça-feira os dados relativos à actividade do sector de escritórios na Grande Lisboa e no Grande Porto em 2021.
Após um primeiro semestre caracterizado por uma maior morosidade dos processos de tomada de decisão, e com quebras na procura na ordem dos 35% na Grande Lisboa e de 55% no Grande Porto, a resolução gradual da situação pandémica fez sentir os seus efeitos já na segunda metade do ano, reflectindo uma recuperação da absorção de respectivamente 15% e 5%.
Segundo Carlos Oliveira, partner e director do departamento de escritórios da Cushman & Wakefield, “apesar de um primeiro semestre pouco dinâmico o sector recuperou bem na segunda metade do ano e 2022 dá sinais de continuidade de crescimento. Algum receio que o teletrabalho tivesse um impacto negativo muito significativo nestes números tem-se revelado infundado. As empresas e os seus colaboradores ajustaram-se a modelos mais flexíveis ou híbridos na forma de utilizar os espaços mas os escritórios continuam a ter uma importância fundamental na cultura, comunicação e eficiência das corporações”.
No mercado de escritórios da Grande Lisboa, apesar da quebra de 35% no primeiro semestre, em 2021 foram transacionados 159.000 m², um crescimento homólogo de 15%. Verificou-se um aumento do número de operações, para cerca de 135, que foi contrabalançado pela redução da área média transacionada, para os 1.180 m².
De acordo com a Cushman & Wakefield, a taxa de desocupação aumentou 100 pontos base (p.b.) face a 2020, situando-se actualmente nos 5,7% e foram concluídos 43.100 m², dos quais somente 10% se encontram disponíveis no mercado. Demonstrando uma expectativa de retoma a curto prazo, o volume de oferta futura mantém-se elevado, com 188.000 m² de escritórios em construção, embora metade já tenha ocupação assegurada.
No Grande Porto, após um a quebra expressiva de 55% da absorção no primeiro semestre de 2021, a maior actividade na segunda metade do ano contribuiu para um volume total transaccionado de 56.600 m², um crescimento homólogo de 5%. À semelhança da capital, esta variação foi caracterizada por um maior número de negócios, acima de 60, e uma quebra da área média transacionada, para os 900 m².
Nesta região a taxa de desocupação aumentou igualmente perto de 100 p.b. para os 8,9%, e foram concluídos 19.300 m², dos quais 60% se encontram por ocupar. Relativamente à oferta futura, 73.300 m² encontram-se em construção, com 35% dessa área com ocupação já garantida. Entre os maiores edifícios em desenvolvimento encontram-se o Porto Business Plaza (15.500 m²) e dois edifícios no Centro Empresarial da Lionesa (14.600 m²), todos com conclusão prevista para 2022.