O investimento em imobiliário de rendimento alcançou os 2.200 milhões de euros em 2021, de acordo com o balanço divulgado pela CBRE. A consultora fechou o ano como líder de mercado, tendo participado em mais de 50% do volume de transacções e em seis dos dez maiores negócios em Portugal.
De acordo com a empresa, “apesar da pandemia e das diversas restrições e incertezas associadas, a dinâmica verificada no último ano é muito positiva“. Acrescenta que “o volume de investimento foi menor do que no ano anterior, mas ainda assim o quinto melhor de sempre“. Paralelamente, “não só foram transaccionados diversos portefólios de elevado valor, como também se registou um número significativo de transações (mais de 80), um indicador apenas superado nos anos de 2018 e 2019“.
“Verificámos um elevado interesse nas operações que lançámos em 2021. Em algumas, recebemos mais de dez propostas. Se considerássemos todas estas intenções de investimento não concretizadas triplicaríamos o volume de investimento registado em 2021”, afirma Francisco Horta e Costa, Director-Geral da CBRE Portugal.
O mercado de investimento revelou-se bastante activo no segundo semestre do ano, depois de nos primeiros seis meses terem sido investidos pouco mais de 500 milhões de euros, devido a um novo confinamento com repercussões nas visitas aos imóveis e nas viagens e consequentemente no fecho de negócios.
Outro factor destacado pela CBRE, e revelador de que se mantém a atractividade do País como destino de investimento, é a entrada de diversos novos players internacionais, inclusivamente em transacções de elevado valor. Seis das dez maiores transacções verificadas em 2021 envolveram a estreia em Portugal de investidores internacionais, nomeadamente os franceses Tikehau e Icade Santé, os norte-americanos da Jamestown, da Tishman Speyer e da Sixth Street, e os espanhóis da Azora. No total, dez investidores investiram pela primeira vez no País.
À semelhança de 2020, os investidores domésticos foram responsáveis por 25% do capital investido em imobiliário de rendimento em Portugal, enquanto EUA e França foram os principais mercados de origem internacional.
Em termos de alocação do capital por sectores, 40% foi canalizado para activos de escritórios, 22% para imóveis residenciais de arrendamento, incluindo residências de estudantes, e 15% para hotéis. Destaque para os activos de saúde que representaram 12% do volume de investimento, um peso recorde em Portugal.