A morosidade provoca um impacto negativo na conta de resultados de 72% das empresas portuguesas e 13% afirmam correr o risco de encerrar a sua actividade em consequência do impacto dos incumprimentos, uma percentagem que subiu três pontos face ao ano passado. Este é o retrato da morosidade que é apresentado pelo Estudo de Gestão do Risco de Crédito em Portugal, impulsionado pela Crédito y Caución e pela Iberinform, no qual participaram os gestores de cerca de 300 empresas de todas as dimensões e sectores.
A falta de controlo sobre a morosidade é um risco para a actividade empresarial. O incumprimento dos pagamentos acordados gera importantes tensões sobre a liquidez e é especialmente desestabilizador das operações das empresas de menor dimensão. Em caso de incumprimento de uma venda comercial a crédito, a perda resultante equivale aos custos de produção do produto. Quanto menor for a margem de lucro, maior será o impacto de um incumprimento na medida em que multiplica as vendas com clientes solventes necessárias para compensar a perda. Se uma sociedade com uma margem comercial de 10% sofre um incumprimento no valor de 10.000 Euros, terá de gerar um novo negócio no montante de 100.000 Euros para compensar o impacto dos 9.000 Euros em custos de produção.

De acordo com o Estudo de Gestão de Risco de Crédito em Portugal, 42% das empresas portuguesas registam um aumento dos custos financeiros em resultado da morosidade e 36% são obrigadas a travar a sua expansão comercial. Além do mais, 30% das empresas enfrentam perdas de rendimentos significativas e 28% têm de limitar os seus novos investimentos.